Avatar: A Lenda de Aang

0

Sempre gostei da idéia do desenho de ser um animê produzido nos EUA, e sempre que zapeava entre os canais da TV a cabo daqui de casa e ele estava passando, eu parava e assistia. Mas nunca fui um fã assíduo da série. Nunca parei para acompanhar, na realidade. Até a minha visita à Argentina há algumas semanas, onde arranjei a série inteira.

Vamos à sinopse: o mundo que nos é apresentado nessa série é uma Terra divida em quatro “nações”: os imperialistas da Nação do Fogo; os territorialistas do Reino da Terra; os apáticos das Tribos da Água do Sul e do Norte; e, por fim, os Nômades do Ar. Todas as nações têm seus dobradores, pessoas que têm o poder de controlar o elemento pertencente à nação aonde nasceu. E apenas uma pessoa controla os quatro elementos, e essa pessoa é o Avatar.

O Avatar é um espírito que mantém a ponte de ligação entre o mundo espiritual e o mundo físico. Ele é dobrador dos quatro elementos, e sempre ressuscita em uma nação diferente do mundo – a ordem, a título de curiosidade é fogo-ar-água-terra. Porém, 100 anos antes do início da trama, o Senhor do Fogo, líder da Nação do Fogo, aproveitou que o Avatar Roku morreu e seu sucessor nasceria na pacífica tribo dos Nômades do Ar, e começou uma guerra contra todas as outras nações. Nisso, o Avatar foge e acaba congelado em algum lugar inóspito do planeta.

Cem anos depois do incidente, Katara e Sokka, dois adolescentes da Tribo da Água do Norte encontram o novo avatar, um dobrador de ar chamado Aang. E, agora que a esperança de um mundo em paz surge, eles partem na aventura de ensinar a dobra dos quatro elementos para Aang derrotar o Senhor do Fogo Ozai.

Toda a cultura oriental é muito bem representada, apesar de a série ser ocidental. Cada Nação é baseada em uma região do oriente, e isso é muito legal. Cada elemento interage com os da natureza, como o Sol, a Lua, meteoros e as estações do ano.

A série foge do normal dos animês por não conter fillers. Todos os episódios têm uma importância e uma razão para existir. Alguns, lógico, são usados como alívio cômico, e esses são muito bons também.

O humor é um humor leve e descompromissado, com premissas infantis. Não há um bordão, ou algo do gênero; e o alívio cômico, muitas vezes, concentra-se em dois personagens, principalmente: Sokka e Aang.

Vale destacar os animais do desenho. Por Odin, todos são MUITO legais! Os bisões voadores, os lêmures voadores, a Tartaruga-Leão, os falcões. As dobras “diferentes” que temos também são geniais e mostram todo o carinho dos roteiristas pela obra. A dobra de metal, dobra de areia, dobra de sangue, dobra de raio. A conexão das dobras com as artes marciais é ainda um ponto a mais para os amantes de lutas – e olha que eu não sou um deles, mas eu tenho um amigo que AMA o desenho, e um dos motivos é esse.

TRÊS LIVROS

Avatar: A Lenda de Aang é divida em três “Livros”, que são a jornada do nosso herói e da sua trupe. O primeiro, “Água”, é a viagem de Aang do Pólo Sul até o Pólo Norte, passando por lugares marcantes do Reino da Terra e da Nação do Fogo. Também é o livro onde se desenvolve mais o Avatar.

O Livro 2, “Terra”, é onde somos apresentados a uma das personagens mais legais da série – Toph, a menina cega – e onde a mitologia desse Universo maravilhoso é mais desenvolvida. Lendas, as responsabilidades do Avatar, tudo o que envolve a mitologia da série é bastante explorado neste livro.

E, por fim, o Livro 3, “Fogo”, tem como foco principal os personagens primários e secundários. Há um desenvolvimento e amadurecimento de Katara, Sokka, Zuko, Toph, Aang, Azula, Mey Lee, tio Iroh, as guerreiras Kyoshi. Todas as personagens que mais fizeram diferença na trama aparecem e são desenvolvidos. O final é encafifante, e a reviravolta do meio é muito, MUITO legal.

A mitologia da série é MUITO legal mesmo. Eu vi todos os episódios em uma semana, e estou revendo agora porque, sério mesmo, a série te envolve. Você morre de vontade de ser um dobrador, não precisa nem ser o Avatar. Aliás, eu senti mais vontade de ser um dos professores e amigos que o acompanham na jornada do que o próprio.

Eu acho que uma boa série infantil – principalmente um animê – é exatamente isso: você querer entrar no universo dela, não importa a sua idade. Eu tenho 16 anos e experimentei essa vontade; e tenho certeza que o farei com 17, 22 ou 42. Tanto que meu pai está vendo a série também, e adorando.

Todos os três livros que a compõe são coesos, não exageram no número de episódios – ao contrário dos animês japoneses. Os criadores e produtores não se deixaram levar pelo imenso sucesso da obra pra estendê-la demais. Tirando aquele filme horrível, claro.

O meu personagem preferido é o Sokka; e o personagem preferido do meu pai é o Aang. Tenho amigos que gostam do Zukko e da Katara. Eu sou apaixonado pela dobradora de água. Sério mesmo. Eu vou casar com ela um dia.

O desenho passa uma sensação magnífica de magia. Todos deveriam vê-lo. Agora, estou aguardando o que será de Avatar: A Lenda de Korra, a continuação. Espero que seja, no mínimo, decente.

REVER GERAL
Nota
Artigo anteriorGarota Robin de Frank Miller fará parte do universo regular da DC!
Próximo artigoIron Maiden em Curitiba?
Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
avatar-a-lenda-de-aangAno: 2005 a 2008<br> Elenco: Zach Tyler Eisen, Mae Withman, Jack DeSena, Dante Basco, Mako, Greg Baldwin, Jessie Flower, Grey DeLisle.<br> Canal: Nickelodeon<br>